31 de janeiro de 2007

O HIPERTEXTO NO INCONSCIENTE CULTURAL - A partir do filme Rashomon

O que dizer para nos safar na hora de difíceis tomadas de decisões? Quais são os limiares entre Verdades e Mentiras? Justificativas e Desculpas? Certo e Errado? Bom e Mal? Agora segue o cerne de todas as questões acima: quais são os seus respectivos pontos em comum? Responder tais perguntas para algumas pessoas parece, talvez, ser algo fácil de se fazer, mas para outros, nem tanto, principalmente, para aqueles que buscam nas evidencias dos fatos a comprovação desejada. Claro que não precisamos por o ser humano dentro de um tubo de ensaio para entendê-lo, basta, ao invés disso, pôr-lo livre para desenvolver seus papeis sociais para que a partir daí possamos ter uma visão aproximada do que pensam a respeito de tais questões.

Perguntas como essas marcam a proposta central do filme Rashomon de Akira Kurosawa e, com efeito, a vida das pessoas em geral. Entretanto, antes de adentrar a discussão sobre o filme, é preciso abrir neste texto portas de conexões que se cruzem e se misturem num só tempo, num tempo onde residem nossas lembranças mais profundas, onde ocorrem os mais rápidos movimentos informativos cerebrais (Inteligência), os quais são capazes de ativar os mais diferentes estágios de nossas vidas por meio de uma simples varredura sensorial a partir de traços, resquícios indicativos como: Índices(sintomáticos ou assintomáticos), sinais, ou símbolos capazes de incitar reações instantânea em nós.

Desta forma, similarmente como foi feito no filme Rashomon por meio de Flashbacks, para sobrepor pontos de vistas em profundidade, aqui, neste, não usaremos “flashbacks” para contarmos pontos de vistas, mas, sobretudo, tentaremos fornecer pistas importantes para que o leitor possa construir um novo olhar e, com efeito, uma nova *Realidade a partir do filme em questão. (*aqui neste, no sentido discursivo do Real).

E bem verdade que não evidenciamos tais questões de forma tão explicita nos noticiários de TV ou, mesmo as vemos sendo discutidas em salas de aulas como deveríamos. Isso sem duvida é um fenômeno que, muitas das vezes, não é se quer assumido existir pela sociedade, devido; talvez, á uma proteção demasiada do ego ou, mesmo, devido a uma rotina de vida “atômica” na qual não nos resta Tempo* nem para pensá-las quanto mais entende-las. Enfim, sejam quais forem as justificativas que possamos encontrar sobre a falta de pertinência desses assuntos é, justamente, sobre sua natureza de surgimento que podemos afirmar com mais certeza de que é a partir da inquietação íntima do ser humano que elas brotam, isso de acordo com a
[1]Dialética Kantiana.

Segundo Kant é preciso apenas o mínimo contato do sujeito com o contexto que contenha questões inquietantes em nós que logo as reconhecemos como experiências imantadas. Em outras palavras, mesmo que não vivenciamos algumas experiências, como o caso do filme Rashomon, onde o protagonista se esconde e se disfarça até o último minuto do filme, para que assim o espectador apareça como juiz do que é bom ou errado, do verdadeiro ou mentiroso, ou do que é simplesmente Justificável, ainda assim, podemos reconhecer todos os nossos lados de fraquezas e sofrimento sobre a mascara de cada um dos personagens envolvidos na trama. O filme trata de um arquetípico triangulo amoroso envolvendo um nobre cavalheiro, a sua esposa e a figura da Sombra encarnada na figura do vagabundo.

O filme Rashomon faz o espectador lembrar de experiência arquetípica que são acionadas por meio de outras lembranças narradas no filme um dentro da outra como se fossem uma gigantesca “caixa chinesa”. O processo de identificação que o espectador faz com o filme esta próximo das nossas noções de moral, honestidade, bondade e justo, é claro, que isso inteligivelmente(ver teorias platônicas). Talvez, seja justamente por isso que a trama do filme nos envolve tanto, chegando a nos causar sentimentos que variam entre a raiva ao perdão, da compaixão à revolta.

Com efeito, passamos de forma muito semelhante por situações e sentimentos comuns as quais marcam a existência de uma unidade estrutural similar a todos os nichos culturais. De acordo com o psicanalista Carl Gustav Jung (quem desenvolveu as noções sobre o inconsciente humano), essas experiências as quais muitas vezes vem corporificadas por meio de imagens-símbolos, chamadas por ele de: Arquétipos (imagens simbólicas padronizadas pelo inconsciente coletivo). Segundo ele esses arquétipos são capazes de nos trazer as mais profundas e longínquas reminiscências antepassadas.

Jung afirma ainda que isso só seja possível devido aos nossos órgãos do sentido ser funcionalmente e biologicamente semelhantes aos dos demais tipos humanos no mundo, com efeito, desenvolvemos também percepções primárias e necessidades básicas semelhantes, como por exemplo: alimentação, segurança e reprodução. A partir disso criou-se, então, uma espécie de “teia” capaz de nos unir coletivamente num contexto psico-cultural chamado de Inconsciente Coletivo
[2] << é a camada mais profunda da nossa psique onde residem as reminiscências de nossa vida ancestral e que nos uni de forma qualitativa>> de forma Virtual aos demais indivíduos dentro de um tempo ulterior(onírico imagianario) ao tempo oxigenado das partículas vivas, mas, primordialmente, à um tempo onde residem nossos sonhos e desejos mais secretos. Ainda sobre o virtual temos:
"o virtual não se opõe ao real, mas sim ao actual. Contrariamente ao possível, estático e já constituído, o virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objecto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a actualização." (LÉVY, 1996, p.16)

Existe, com efeito, a partir dessa relação aquilo que se pode se chamar de: *Retro-Alimentação Virtual da Cultura (grifo meu), pois, é justamente nessa combinação de Inconsciente e Consciente dentro da virtualidade onírica a qual se torna a idéia primordial de Cultura
. Não importa aqui qual de suas teoria é a mais correta, se aquela que diz respeito ao desenvolvimento da oralidade, ou aquela que trata da humanização e transformação do alimento cru para o cozido ou, mesmo, aquela que trata da relação do homem com a morte, o que se quer apontar aqui com maior vigor é apenas a sua relação dialógica Causa X Efeito para que seu surgimento seja possível. A cultura por associação pode ser entendida como o resultado daquilo que existe primeiro no imaginário de uma coletividade e depois projetada, em termos físicos, para um contexto (forma).

O filme Rashomon trabalha de forma dinâmica os arquétipos de experiências, utiliza da mesma forma técnicas de flashback para criar buracos de tempo -como uma espécie de minhoca, que perfura a terra e a deixa em sua superfície um rastro fino e delicado quase imperceptível, porem, todos nós sabemos que é por meio dessa delicadeza de passagem da minhoca pelo solo que o mesmo de enriquece tornando-se, com efeito, mais fértil. Metaforicamente a isso temos no filme o maravilhoso progresso textual corporificado por meio da linguagem cinematográfica de montagem de “flashbacks”. O Efeito criado com isso é uma leitura mais rica do filme feita por meio de vários olhares que se bifurcam e se afastam para o infinito das verdades subjetivas. Basicamente, é na combinação da Técnica com a Arte –(vista em seu sentido estético) – que obtemos as mais expressivas formas informativas. O Hipertexto
se posiciona exatamente no meio deles como um mediador extremamente eficaz na transação das informações e conseqüentemente no aproveitamento do tempo de leitura e para uma maior aproximação de nossos próprios funcionamentos cerebrais. Talvez seja por isso que o hipertexto seja tão rico e tão facilmente compreensível, pois ele nos leva a um reconhecimento mais intimista das nossas próprias faculdades de pensamento a cerca da natureza do real. Pensar sobre sua própria existência e tentar explica-la se torna algo que apenas podem ser rememoradas, seja por meio de mitos, ritos (religiosos ou não) ou de arquétipos - os quais se tornam as peças fundamentais para a comprovação do êxtase de uma vida primordial e imaginaria no mundo dos sonhos pelo os quais; ao passo de combinações com o consciente, temos a construção de várias narrativas que variam desde uma simples historinha infantil até aos mais altos vôos da literatura, do cinema, da TV e tantas Medias as quais, todavia, recebem esse nome não por mero equivalente técnico de significação informativo entre produtor e espectador , mas, fundamente, pelo seu valor de transporte entre Imaginário e Real.

5 comentários:

Anônimo disse...

Segudno Jung a sincronicidade (coincidencia significativa)fornece acesso aos arquétipos, que se localizam no inconsciente colectivo e caracterizam-se por serem predisposições mentais universais não baseadas na experiência. Como as Formas de Platão (eidos), os arquétipos não se originam no mundo dos sentidos, mas existem independentemente desse mundo e são conhecidos directamente pela mente. Ao contrário da teoria de Platão, contudo, Jung acreditava que os arquétipos surgiam espontaneamente na mente, especialmente em tempos de crise. As portas do inconsciente colectivo permitem que os arquétipos revelem uma verdade profunda escondida da consciência ordinária. A mitologia, afirma, baseia as suas histórias nos arquétipos. A mitologia é um reservatório das profundas, escondidas verdades. Sonhos e crises psicológicas, febres e perturbações, encontros ao acaso ressoando com "coincidências significativas", tudo são caminhos para o inconsciente colectivo que está pronto a restaurar na psique individual a saude.
Gallo, Ernest. "Jung and the Paranormal," The Encyclopedia of the Paranormal editada por Gordon Stein (Buffalo, N.Y.: Prometheus Books, 1996).

McGowan, Don. What is Wrong with Jung (Amherst, N.Y.: Prometheus Books, 1994).

Storr, Anthony. Feet of Clay - saints, sinners, and madmen: a study of gurus (New York: The Free Press, 1996).

Por: "Amiga do Brasil"

Anônimo disse...

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