10 de abril de 2007

LABIRINTOS DA MENTE – The puzzles of mind.

Este roteiro foi desenvolvido como forma pratica de visualização e estudos acerca da narração não linear hipertextual como ferramenta estética. Toda construção do roteiro segue algumas das principais teorias e fundamentos da narração hipertextual. Trata-se basicamente, de um filme sem diálogos o qual vai mostrando suas conexões dramáticas por meio de elementos simbólicos encontrados no seio da trama. Dessa forma, a cada novo aparecimento de símbolos ou, como queira se chamado tecnicamente pelo seu produtor: conectores ou imagens links, o tempo do filme é rompido de forma que, horas o filme avança no futuro, vaga no passado e promete, com isso, sempre atualizar todas as ações dentro de um presente interminável onde tudo parece acontecer e continuar acontecendo eternamente, pois como já vimos, as questões de finais e começos hipertextuais são infinitas. (Marcio Danilo Mota. USC/2007)

TEMA: Arte e Fé.
IDEIA: Uma mulher consegue receber um chamado de fé.

STORYLINE: A fé e a coragem de uma mulher a tornam uma mensageira da paz.
SINOPSE (Estrutura mítica – Christopher Vogler).

(Primeiro tempo)
Mulher encontra um crucifixo e um bilhete na parte de traz da catedral.


(Segundo tempo)

Mulher se depara com um desafio de fé para entrar na catedral.


(Terceiro tempo)
Mulher entende o segredo das pedras e volta para ponte.

Argumentos:

A história conta a trajetória de uma mulher que decide visitar uma cidade religiosa muito antiga no norte da Espanha(Santiago de Compostela) e encontra, além de belas paisagens e monumentos históricos uma lição de vida, que vai mudar seu estilo de vida para sempre.

(3º tempo / apoteose) Tudo começa quando uma flor branca é vista descendo rio abaixo. Em seguida surge a figura de uma mulher na cabeceira de uma ponte de pedra. Essa mulher é Amanda; uma jovem mulher que guarda consigo um segredo que vai sendo desvelado pouco a pouco com o desenrolar de suas lembranças.

Curiosamente, nesse momento como um retrocesso temporal, ela segura com sua mão esquerda uma flor branca igual a que foi mostrada descendo o rio e com a mão direita ela segura algo que ainda não se pode identificar (crucifixo). A idéia principal dessa estrutura narrativa é contar a história de forma não-linear; de trás para frente. Onde o tempo pula para frente e para traz de acordo com as conexões encontradas na narração dramática.

Amanda, de forma serena e muito misteriosa segura a flor branca girando-a entre seus dedos, como se estivesse lembrando de algo muito importante que acabara de acontecer. Nesse momento a mirada que ela faz sobre a flor nos remete ao tempo de suas lembranças, fazendo com que se abra uma passagem conectiva com o acontecido de minutos atrás. A flor, nesse ponto de vista, serve como uma lexia; um link que conecta as seqüências dentro do discurso não-linear.

(2º tempo / clímax) De repente aquela mirada sobre a flor faz com que Amanda apareça no meio do “marco zero” dos peregrinos em frente à catedral de Santiago de forma muito contemplativa. Minutos seguintes ela começa a ouvir algumas vozes e melodias que parecem convidá-la a entrar na catedral. Amanda se assusta e olha para os lados para ver se mais alguém tinha ouvidos tais sons também. Então, logo ela percebe que ela tinha sido a única pessoa a ouvir aquelas mensagens que pareciam vir das estatuas da catedral.

Amanda, muito curiosa, mas muito corajosamente se dar conta, que não havia motivos para temer, então, ela caminha de encontro às imagens da catedral, os sons e vozes, com efeito, vão se aumento e alimentado a cabeça de Amanda com mais vontade de continuar sua corajosa busca do significado daquilo tudo.

Justamente no momento em que ela está se aproximando e, começando a se agraciar com todo aquele espetáculo de imagens e sons em sua mente, eis que surgem sons aterrorizantes de grito, de batalhas e de espada vindo de trás dela. Amanda, muito assustada, fica confusa sem saber o que fazer, nesse momento parece que o pavor toma conta dela; o pânico era tamanho que ela não conseguia dar mais nem um passo adiante. Então, ela pára. O que parecia ser mais uma luta, onde duas forças estavam se manifestando e convergindo entre si, de repente ouvi-se um forte soar de sino vindo da catedral.

O badalo do sino da cátedra marca dentro do pensamento de Amanda, o tempo que ela precisava para lembrar de algo que havia acontecido minutos atrás na outra parte da catedral quando admirava o antigo relógio. Dessa forma, assim como a flor branca, o sonido do sino também funciona como uma lexia, que vai mostrar onde tudo realmente se iniciou.

(1º tempo / tempo comum) Nesse momento, Amanda aparece na parte de traz da catedral admirando o antigo relógio assim como tantos outros visitantes. Ela anda aos arredores da catedral admirada com tudo que estava vendo, principalmente, com o antigo relógio da catedral e as estatuas. A única coisa que Amanda queria naqueles momentos era só aproveitar seu tempo de visitação como todos por lá.

Porem, o que ela não esperava era encontrar um envelope com crucifixo e um bilhete que dizia: “A FÉ ESTÁ NO CORAÇÃO DAQUELE QUE CRER EM MIM”. Amanda sem saber por que havia encontrado aquilo, decide guardar o crucifixo de forma muito intima e cuidadosa no bolso direito de seu casaco vermelho; afinal de contas, ela não costumava encontrar coisas na rua todos os dias.

Portanto, com isso tempo volta para o instante em que Amanda estava na ponte (3º tempo) e nesse momento abre a mão esquerda revelando o que tinha nela naquele momento. Imediatamente, quando isso acontece, tempo volta imediatamente ao (2º tempo / clímax), onde ela parou aterrorizada antes do sino tocar.

No momento em que o tempo volta para 2º tempo, ouvi-se novamente o mesmo badalo de sino e ela, então, numa súbita lembrança do crucifixo que estava em bolso, ela, então, tira o crucifixo apertando-o com muita força. Determinadamente, ela vence os seus medos e continua sua caminhada decididamente rumo a catedral.

A melodia vai ficando cada vez mais nítida aos ouvidos dela até o momento em que entra na catedral. Nesse momento o silêncio era total, nada mais de sons ou vozes. Amanda se sente como se estive sido abandonada, mas logo percebe que percorreria o interior da catedral sozinha; ela tinha que ir onde seu coração quisesse que ela fosse. A partir daí, Amanda vai descobrindo um mundo de paz e tranqüilidade num tempo que mais parecia estar parado; um tempo a parte do que estava do lado de fora das portas daquela catedral.

Finalmente, Amanda encontra um assento no meio da catedral; era um assento largo comum de igreja, porém, refletia uma luz tão vívida que Amanda decide se aproximar. No exato momento em que ela chegar ao assento, ela ver uma flor branca deixa por alguém, mas que para ela é a recompensa de tudo que viveu; era o sinal que tanto buscava. Aquela flor branca representava para Amanda sua necessidade de espalhar a sua nova mensagem para todas as pessoas que ela poderia encontrar em sua jornada de vida.

Após o aprendizado que Amanda, ela volta para ponte (3º tempo), onde ela vai jogar a flor no rio como forma de disseminação de fé e, então, percebemos que essa flor jogada é a mesma flor vista no inicio quando tudo começou. Entretanto, agora o tempo não volta mais para Amanda, agora o tempo continua seu percurso como o rio que a arrasta para o infinito das possibilidades.

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